Na hora de treinar, o ser humano tem
preferência por determinadas partes do corpo. Habitualmente, as mulheres
redobram as atenções para os membros inferiores e barriga enquanto que os
homens exercitam, com maior afinco, toda a musculatura acima do umbigo.
Independentemente de ser o mais apropriado,
na verdade, o treino deverá reger-se sempre por uma metodologia equilibrada,
tanto quanto possível, para que todo o corpo seja trabalhado e se desenvolva de
forma homogénea sem colocar em causa as estruturas que o constituem. É
frequente, nos dias de hoje, ouvir mulheres com pernas bem tonificadas
queixarem-se que não possuem força nos braços e homens bastante desenvolvidos
da cinta para cima mas com pernas bastante finas. Será isto um novo conceito de
estética? Será saudável?
Tanto numa situação como noutra, não é
estético, saudável nem biomecanicamente equilibrado. Apesar do corpo se
caracterizar pela capacidade adaptativa, mais tarde ou mais cedo, irá ceder,
prejudicando a qualidade de vida a vários níveis.
Na hora de começar a pensar em preparar os
meses de praia em que o corpo está mais exposto, é usual, em quem procura
resultados com a atividade física, mencionar zonas que pretendem ver
melhoradas, principalmente ao nível da barriga e anca. Normalmente, são os
locais onde se alojam os depósitos de gordura e, por consequência, os mais
difíceis de melhorar esteticamente (não sendo sinónimo de impossível!).
Seguindo uma lógica de raciocínio típica, se exercitarmos determinada região
com maior persistência, será melhorada naturalmente. A partir daí, emerge o
cerne da questão:
É possível perder gordura
localizada?
Os anúncios televisivos fazem crer que sim mas a realidade é bem diferente e nem sempre clarificada. Infelizmente, fazem-nos acreditar que é possível obter resultados espetaculares sem o mínimo de esforço e restrição bastando apenas recorrer a suplementação ou a aparelhos/tratamentos "milagrosos". Está na hora de aprender a ter um espírito mais crítico e a saber selecionar melhor a informação que circula pelos meios de comunicação. Nem é colocada em causa a eficácia dos tratamentos. Simplesmente, resultados rápidos por intermédio dos meios já referidos não são saudáveis nem tampouco consistentes. Os efeitos secundários nunca justificam os benefícios já para não falar que são incrivelmente dispendiosos.
Resumindo, não é possível perder gordura
localizada somente com recurso a movimentos que exercitem as áreas afetadas. Se
o problema está na barriga, não é por serem executados mil abdominais diários
que se vai melhorar a situação. Não será necessário referir que o mesmo se
aplica a qualquer grupo muscular do corpo.
Então e o que fazer para reduzir a tal “gordura
localizada”?
Ao longo dos tempos, em vários artigos já
publicados, tem-se enunciado vários procedimentos necessários para alcançar
resultados expressivos. Todos eles assumem extrema importância e é imperativo
que nenhum seja descurado. Se assim for, todo o trabalho é deitado por terra. Não
é um processo fácil e exige tanto esforço como espírito de sacrifício. No
entanto, e mesmo já sabendo disso, as pessoas continuam em busca da fórmula
perfeita que consiga conciliar fortes resultados com o mínimo de esforço despendido.
Se estava à espera disso neste artigo, lamentamos!
Hábitos de vida saudáveis são meio caminho
andado no processo de obtenção de resultados a nível físico. Dormir oito horas
diárias é tão importante como manter uma alimentação saudável e praticar exercício
físico regularmente. Quanto aos exercícios localizados, são importantes mas
devem estar incluídos num plano de treino diversificado (resistência
cardiovascular e muscular) e devidamente prescrito por um profissional do
exercício físico. No que à alimentação diz respeito, o ideal será procurar
ajuda especializada, nomeadamente nutricionistas. Por mais conselhos que sejam
aqui mencionados, ao ser acompanhado por um nutricionista, o compromisso será
maior e a probabilidade de obter sucesso será maior.
Estas referências são do conhecimento
geral mas nunca é demais repetir dado que, nos dias que correm, muitos são os
que aconselham e opinam mas poucos estão habilitados e certificados para tal. O
mesmo se aplica ao que se lê na Internet, não só em relação aos hábitos
alimentares como também a metodologias de treino, suplementação e afins.