Comparativamente ao que se verificava no
passado, existem cada vez mais alternativas seguras e eficazes para a prática
de atividade física, para toda a população. Independentemente dos processos
patológicos ou qualquer outro tipo de impedimento que impossibilite as pessoas
de se exercitarem, a verdade é que somente em casos extremos a prática é
desaconselhada por completo.
Antigamente, populações tidas como
especiais (crianças, idosos, grávidas ou doentes) sofriam grandes restrições à
prática de exercício físico, ora pela idade, ora pela fragilidade/debilidade.
Felizmente, toda a envolvência contextual tem sido alvo de uma vasta
investigação científica mostrando que o facto de ser "especial" não é
razão suficiente para a não prática.
Hoje, o destaque será dado às grávidas. É
de conhecimento geral que a gravidez implica grandes mudanças na mulher, não só
a nível físico mas também psíquico. Tudo na sua vida acaba por sofrer
alteração. No entanto, gravidez já não é sinónimo de doença e, na maior parte
dos casos, a mãe consegue levar uma vida perfeitamente normal, conseguindo
enquadrar a atividade física no cardápio de rotinas diárias. Contudo, tendo em
conta o tempo de gestação, será importante salientar questões como o tipo de
exercícios, intensidade, impacto, entre outros cuidados para não colocar em
risco a mãe e a criança. Como tal, é impreterível procurar ajuda/acompanhamento
de profissionais especializados em exercício e saúde para que todo o processo
se desenvolva com a maior das normalidades.
Tomando as devidas precauções, a atividade
física comportará benefícios para a mãe e para a criança.
Para a mãe, ajudará a reduzir a sensação de cansaço,
varizes, stress e ansiedade. Além disso, permitirá controlar o peso corporal,
a manutenção da massa
muscular, a melhorar
a condição cardiovascular e
a controlar a pressão
arterial . Ao manter o corpo fisicamente ativo, estará a prepará-lo para o momento do
parto facilitando,
também, a sua recuperação
no pós-parto. Por fim, será um excelente meio de prevenção de doenças
gestacionais (diabetes
tipo II, diabetes gestacional, entre outras).
Na criança, as consequências da prática de
atividade física da sua progenitora são francamente benéficas. Mães fisicamente
ativas permitem que os seus filhos
tenham um ritmo cardíaco mais baixo evitando
possíveis complicações cardiovasculares na hora do parto. Uma mãe com peso
corporal saudável diminui a probabilidade do bebé nascer prematuro.
Por outro lado, reduz a
probabilidade da criança nascer com excesso de peso bem como o parto por cesariana.
Nos tempos que correm, o excesso de peso das mães começa a substituir o
alcoolismo e tabagismo como principal causa de gravidezes com resultados
deficientes, altamente prejudiciais para a saúde das crianças.
Todavia, apesar de todos os benefícios já
conhecidos, existem sempre exceções. Praticar exercício de forma segura é ponto
não negociável. Assim, torna-se obrigatório ser acompanhada por médicos
especializados ao longo da gravidez. Não nos esqueçamos que profissionais do
exercício físico não possuem conhecimentos nem meios suficientes para avaliar
este tipo de situações. É de destacar a importância de ambas as profissões
quando se complementam e não quando se misturam.
Quando é que uma pré-mamã não deverá fazer
exercício físico?
Não deverão praticar exercício físico,
todas as mães que não tenham sido acompanhadas por médicos especializados durante
toda a gravidez. Quando se está perante uma gravidez de risco, risco de parto
prematuro, hipertensão arterial, deficiências na placenta ou risco do seu
descolamento, a prática de exercício físico deverá ser interrompida até ordens
médicas em contrário.
Em suma, reforça-se a ideia de que uma
gravidez não implica que a mulher se torne inválida. Apesar das alterações a
que é sujeita, e se as condições físicas o permitirem, poderá levar uma vida
fisicamente ativa com a maior das normalidades. Nestes casos, claro está, a
performance desportiva é descurada em prol da qualidade de vida na medida em
que se preparará o corpo para os nove meses de gravidez, parto e
pós-parto.