A importância de manter bons níveis de atividade
física e bons hábitos alimentares já é do conhecimento de todos. Aos poucos,
começa-se a ter alguma noção do que é essencial incluir ou abdicar no dia-a-dia,
no que às duas áreas diz respeito.
A moderação é sempre a melhor opção.
Quando a dedicação se converte em obsessão, mesmo o que é tido como
recomendável, passa a ser prejudicial. Pecar pelo excesso não é aconselhável
nem tampouco saudável, seja para o "bem" ou para o "mal".
Quando se toma a iniciativa de mudar o
estilo de vida, é natural que a ânsia de obter resultados num menor espaço de
tempo faça algumas pessoas entrar num modo obsessivo. Nesse sentido, e porque é
frequente observar pessoas que passam horas e horas no ginásio, tentaremos
perceber qual será o tempo ideal que um treino deverá ter.
Quanto tempo deve durar um treino?
A pessoa em causa bem como os objetivos ou
a experiência de treino são fatores que influenciarão a resposta. À partida,
colocamos de parte todos aqueles que usam a atividade física como forma de
sustento (profissionais). Todos sabemos que ser "desportista" não
visa, propriamente, a prática de atividade física como meio para alcançar uma
melhor qualidade de vida. Como tal, não enveredaremos por esse caminho.
Se é uma pessoa iniciada, sem experiência,
que nunca fez atividade física ou que está inativa há demasiado tempo, é
importante que, nos primeiros tempos, os treinos sejam de duração reduzida. Em
primeiro lugar, por uma questão de condição física e, de seguida, pela
motivação. Sujeitar uma pessoa que abandonou o sofá e a televisão recentemente
a treinos demasiado extensos/exigentes, além de provocar um desconforto
desmedido nos primeiros dias, o mais certo é que pense duas vezes quanto à
necessidade de sofrer e investir tanto tempo para conseguir obter
resultados (meio caminho percorrido para a desistência). Como tal, uma sessão
com a duração até 60 minutos será o ideal ("cárdio" e resistência
muscular em circuito). É importante ter em conta o perfil motivacional e
ajustar o plano de treino em função de cada pessoa.
Para pessoas que já possuam experiência de treino, o princípio da duração do treino será semelhante. Optar por rentabilizar melhor o treino com predominância de exercícios de intensidade moderada e/ou alta fará aumentar os resultados sem que se tenha despender tempo desnecessário.
Para pessoas que já possuam experiência de treino, o princípio da duração do treino será semelhante. Optar por rentabilizar melhor o treino com predominância de exercícios de intensidade moderada e/ou alta fará aumentar os resultados sem que se tenha despender tempo desnecessário.
É importante ter em conta os objetivos e
motivações pelos quais as pessoas se regem. Não obstante ao que as faz treinar
(emagrecer, manter ou ganhar massa muscular), a indicação é a mesma: 45 a 60
minutos. O que se altera, no fundo, será apenas a metodologia de treino.
Treinos demasiado longos são sinónimo de baixa intensidade (doutra forma não
conseguiria aguentar 2 ou 3 horas no ginásio, certo?). Optando por um treino
curto mas intenso, a pessoa vê resultados mais rápidos. Maior gasto calórico e
maior utilização de gordura como substrato energético no pós treino. Vamos continuar a passar horas no
ginásio? Se calhar é uma boa altura para reformular os planos de treino!
O que foi mencionado resume-se apenas a
recomendações. Obviamente, existem casos em que os treinos terão que durar mais
algum tempo, como por exemplo, para quem treina duas a três vezes por semana,
com um ou dois dias de intervalo entre sessões.
Ainda assim, treinos longos já não são se traduzem em
maiores resultados. É importante perceber que quantidade não significa,
necessariamente, qualidade. Já se provou que, no que à efetividade diz
respeito, treinos como HIIT ou TABATA, são tão ou mais eficazes
que os treinos convencionais de ginásio e caracterizam-se pela alta
intensidade, curta duração e treino intervalado.
A questão adquire o mesmo contorno quando
se fala em hipertrofia muscular. A fisiologia do esforço é a base do fundamento
para tornar este tipo de treino o mais curto possível.
Bases científicas têm vindo a comprometer
a eficácia dos treinos de aumento de massa muscular demasiado longos. Com o
aumento do stress muscular, adjacente a um treino com cargas elevadas, os níveis de testosterona vão diminuindo enquanto os de cortisol
vão aumentando. Nesse sentido, estamos a colaborar erradamente para um maior
catabolismo ("destruição" de massa muscular). Além de se verificarem
perdas no rendimento físico, os períodos de recuperação de treino para treino
vão aumentar. Se a pessoa treinar todos os dias, facilmente perceberá do que
estamos a falar. Os níveis de fadiga acumulados aumentam e os progressos
serão cada vez menos significativos. Por outro lado, é importante ter em conta
a segurança. Treinos que exijam tal intensidade, ao tornarem-se demasiado
longos, contribuem para o aumento do risco de lesão devido ao desgaste
implícito na atividade. Assim, mais uma vez se reforça o princípio de tornar este tipo de
treino o mais curto possível.
O que as pessoas preferem não continuar a
ouvir é que a base do sucesso continua a residir na disciplina alimentar.
Dormimos 8 horas, treinamos 1. Sobram 15 horas do dia. É exatamente nesse
período que está o (de)mérito das nossas conquistas. Faz sentido investir duas
a três horas do dia fechados no ginásio para se continuar a não obter
resultados, fruto dos nossos erros e falta de força de vontade? Treinar assume um grande papel de destaque no caminho que se tem de percorrer até alcançar as metas mas o principal
foco não está na duração dos treinos mas sim na disciplina fora do ginásio
(alimentação e descanso), tanto para emagrecimento como para aumento de massa muscular.
Obrigado Pedro Santos!
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