sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

É possível eliminar gordura localizada?

Na hora de treinar, o ser humano tem preferência por determinadas partes do corpo. Habitualmente, as mulheres redobram as atenções para os membros inferiores e barriga enquanto que os homens exercitam, com maior afinco, toda a musculatura acima do umbigo.

Independentemente de ser o mais apropriado, na verdade, o treino deverá reger-se sempre por uma metodologia equilibrada, tanto quanto possível, para que todo o corpo seja trabalhado e se desenvolva de forma homogénea sem colocar em causa as estruturas que o constituem. É frequente, nos dias de hoje, ouvir mulheres com pernas bem tonificadas queixarem-se que não possuem força nos braços e homens bastante desenvolvidos da cinta para cima mas com pernas bastante finas. Será isto um novo conceito de estética? Será saudável?

Tanto numa situação como noutra, não é estético, saudável nem biomecanicamente equilibrado. Apesar do corpo se caracterizar pela capacidade adaptativa, mais tarde ou mais cedo, irá ceder, prejudicando a qualidade de vida a vários níveis.

Na hora de começar a pensar em preparar os meses de praia em que o corpo está mais exposto, é usual, em quem procura resultados com a atividade física, mencionar zonas que pretendem ver melhoradas, principalmente ao nível da barriga e anca. Normalmente, são os locais onde se alojam os depósitos de gordura e, por consequência, os mais difíceis de melhorar esteticamente (não sendo sinónimo de impossível!). Seguindo uma lógica de raciocínio típica, se exercitarmos determinada região com maior persistência, será melhorada naturalmente. A partir daí, emerge o cerne da questão:

É possível perder gordura localizada? 

Os anúncios televisivos fazem crer que sim mas a realidade é bem diferente e nem sempre clarificada. Infelizmente, fazem-nos acreditar que é possível obter resultados espetaculares sem o mínimo de esforço e restrição bastando apenas recorrer a suplementação ou a aparelhos/tratamentos "milagrosos". Está na hora de aprender a ter um espírito mais crítico e a saber selecionar melhor a informação que circula pelos meios de comunicação. Nem é colocada em causa a eficácia dos tratamentos. Simplesmente, resultados rápidos por intermédio dos meios já referidos não são saudáveis nem tampouco consistentes. Os efeitos secundários nunca justificam os benefícios já para não falar que são incrivelmente dispendiosos.

Resumindo, não é possível perder gordura localizada somente com recurso a movimentos que exercitem as áreas afetadas. Se o problema está na barriga, não é por serem executados mil abdominais diários que se vai melhorar a situação. Não será necessário referir que o mesmo se aplica a qualquer grupo muscular do corpo.

Então e o que fazer para reduzir a tal “gordura localizada”?

Ao longo dos tempos, em vários artigos já publicados, tem-se enunciado vários procedimentos necessários para alcançar resultados expressivos. Todos eles assumem extrema importância e é imperativo que nenhum seja descurado. Se assim for, todo o trabalho é deitado por terra. Não é um processo fácil e exige tanto esforço como espírito de sacrifício. No entanto, e mesmo já sabendo disso, as pessoas continuam em busca da fórmula perfeita que consiga conciliar fortes resultados com o mínimo de esforço despendido. Se estava à espera disso neste artigo, lamentamos! 

Hábitos de vida saudáveis são meio caminho andado no processo de obtenção de resultados a nível físico. Dormir oito horas diárias é tão importante como manter uma alimentação saudável e praticar exercício físico regularmente. Quanto aos exercícios localizados, são importantes mas devem estar incluídos num plano de treino diversificado (resistência cardiovascular e muscular) e devidamente prescrito por um profissional do exercício físico. No que à alimentação diz respeito, o ideal será procurar ajuda especializada, nomeadamente nutricionistas. Por mais conselhos que sejam aqui mencionados, ao ser acompanhado por um nutricionista, o compromisso será maior e a probabilidade de obter sucesso será maior.


Estas referências são do conhecimento geral mas nunca é demais repetir dado que, nos dias que correm, muitos são os que aconselham e opinam mas poucos estão habilitados e certificados para tal. O mesmo se aplica ao que se lê na Internet, não só em relação aos hábitos alimentares como também a metodologias de treino, suplementação e afins.  

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Treinar e não ter resultados. Onde estão as causas?

Melhorar a condição física e contribuir um pouco para a saúde não implica, necessariamente, esforço desmedido. No entanto, um dos principais fatores que leva as pessoas a praticar atividade física prende-se com a questão estética. Cada vez mais, o aspeto físico é valorizado e, quando assim é, fazer o mínimo possível não basta. Resultados visíveis requerem tempo, empenho e dedicação máxima!

Independentemente dos objetivos, quem visa conquistar resultados expressivos terá que conjugar um equilíbrio quase perfeito entre treino, alimentação e descanso. Como já fora mencionado várias vezes em artigos anteriores, o rigor e disciplina são elementos chave para o sucesso. Ainda assim, para o comum mortal, caracterizado pelo sedentarismo, tudo o que vá além da zona de conforto é sacrifício, obsessão ou inatingível. A má notícia para quem assim pensa é que a verdade é só uma:

A mudança nunca vem com o conforto

Embora seja mais fácil teorizar do que colocar em prática, não é necessária uma grande ciência para perceber o que é necessário para obter resultados. 

Então e aquelas pessoas que passam horas e horas a treinar? Por que razão não conseguem obter (mais) resultados?

A verdade é que, por vezes, parece que fazer o "essencial" não basta, existindo vários fatores que assumem extrema importância nesse sentido. Alguns, de uma forma ou de outra, já foram abordados anteriormente. 

O organismo pode levar algum tempo a habituar-se mas acaba por se adaptar aos mais diversos estímulos (alimentação e treino). Se não existir a capacidade de os alterar periodicamente, o corpo estará permanentemente numa área de conforto onde não se verificará progresso e os níveis de regressão serão maiores, ao contrário do que as pessoas julgam.

Assim, um dos pontos que surge em primeiro plano e é quase sempre responsabilizado como principal culpado é a genética. Quantas vezes já nos deparamos com pessoas com excesso de peso a lamentarem-se pelo facto de cumprirem um plano alimentar saudável e treinar e, mesmo assim, não conseguirem obter resultados? 

É preciso ter em conta o biótipo de cada sujeito e perceber se é um organismo endomorfo, ectomorfo ou mesomorfo. É do conhecimento geral que existem pessoas que vão ser magras por mais que comam e outras terão que ter cuidados redobrados pois têm tendência a engordar.  


Apesar de considerar que a "genética", na maior parte dos casos, é sobrevalorizada, a verdade é que pode ter grande implicância sobre os resultados esperado. À semelhança do que acontece com outras patologias, se os antepassados familiares forem caracterizados pela obesidade, também as gerações futuras poderão padecer de problemas de excesso de peso. Não obstante à carga genética que se herda dos progenitores, grande parte dos especialistas considera que cerca de 85% da população apresenta pré-disposição para a obesidade. Nesse sentido, é possível modificar o corpo com exercício físico e uma alimentação bastante regrada, contrariando a tal genética. Caso contrário, 85% de nós seria obeso. Todavia, numa situação em que se verifique o desleixo ou abandono da disciplina (treino e alimentar), o mais certo será verificar-se uma regressão até ao ponto de partida, ou seja, excesso de peso. Não só se recupera o peso que havia perdido como ainda incorre o risco de incrementar mais alguns quilos extra. Como tal, é importante que se tenha consciente que é mais do que ter boa aparência física. É zelo pela saúde e bem-estar. 

Outro fator que pode servir de entrave aos resultados é o descanso. Durante o sono, o  corpo recupera e estimula-se o metabolismo de gordura (principal fonte de energia do organismo em repouso). Ao dormir pouco, não é possível recuperar eficazmente dos treinos e esforços físicos a que se foi sujeito ao longo do dia. Consequentemente, perde-se rendimento, o que poderá atrasar os resultados a longo prazo. 

No que ao período de repouso em treino diz respeito, entre séries ou exercícios, se o objetivo for estimular o gasto calórico, estes deverão ser reduzidos (não menos que 30 segundos nem mais que 1 minuto).  

Em relação aos tipos de treino, são diversificadas as metodologias defendidas. Pessoalmente, é relevante conciliar exercício cardiovascular com musculação. Correr, andar de bicicleta ou nadar potenciam um maior gasto calórico, importante para quem precisa de perder peso. Contudo, somente trabalho cardiovascular não será recomendável (mas é melhor do que não fazer nada!). Apesar de serem atividades físicas que permitem um maior dispêndio calórico no momento, farão com que o metabolismo basal (calorias que são gastas em repouso) diminua a médio prazo. Assim, o trabalho levado a cabo na musculação é fundamental. Ajudará a manter/aumentar a massa magra e, consequentemente, a tornar o metabolismo basal mais eficiente. Ao melhorar os índices de massa muscular, também o sistema osteoarticular beneficia com isso. 

Ainda em relação ao treino, é relevante salientar que as reavaliações e modificação dos planos devem ser feitas periodicamente. Executar o mesmo treino por mais que dois meses, além de se tornar aborrecido, fará com que o organismo regrida pela ausência de estímulo. Embora permita à pessoa estar na zona de conforto, não é o que se pretende. Remete-se, novamente, para a imagem acima colocada!

Por fim, surge aquela que, possivelmente, será a principal culpada de todos os insucessos. A ingestão calórica. É importante perceber que, para emagrecer, a quantidade de calorias consumida tem que ser menor que a que é gasta. Apesar das pessoas afirmarem que fazem escolhas saudáveis na cozinha, muitas vezes pecam pela quantidade. Ainda assim, se os resultados não surgem, poderá ser colocada em causa a qualidade seletiva dos alimentos. 


Quando o objetivo visa a perda de peso, quanto menos delitos alimentares forem cometidos, melhor. Como já fora referido em artigos anteriores, urge a importância de fazer várias refeições ao longo do dia, beber água, optar por alimentos não processados e de baixo índice glicémico, optar pelas proteínas e gorduras saudáveis e abdicar, na totalidade, de tudo aquilo que não faz bem (doces, fast food, refrigerantes). O ideal será mesmo consultar um Nutricionista com intuito de ser acompanhado e aconselhado quanto à seleção, quantidade e qualidade nutricional dos alimentos.